31.1.11

Passando a limpo!

 Estrutura de uma clássica bergère: "abas" abraçam a poltrona.

Estive fazendo uma pesquisa de mobiliário para o nosso projeto do hotel, no Politecnico di Milano. Só para dar uma noção do contexto, estamos revitalizando uma antiga fábrica de papel (em uma cidade que fica a 40 minutos de Milano) com um hotel diverso, que inclui 3 tipologias de containers que chamamos de: low cost, medium e luxury. Para as áreas em comum, como o espaço polifuncional, pensamos em resgatar a linguagem dos grandes hotéis, passando a limpo para 2011 tipologias de mobiliários marcantes usados em lobbies, fazendo uma ponte entre passado e presente, mas lógico, com um desenho extremamente contemporâneo. Nos veio à cabeça a bergère, essa poltrona que surgiu no período Luís XV, com espaldar reto ou curvo, não muito alto, porém com um prolongamento para os lados, na forma de "abas" ou "wings": conforto absoluto. E esse conforto também é traduzido hoje, por muitos designers, com um traço mais limpo, porém conservando suas características principais. Deixo a seguir exemplos que com certeza ao serem desenhadas, tiveram um pensamento inicial nas Bergères clássicas. Pegue um bom livro e sente-se!

O primeiro modelo que posto é da Autoban. Revestida de madeira por fora e couro por dentro. Reparem que os traços da bergere estão ali... Detalhe do pé posterior inclinado, que garante um desenho bem interessante para a peça.

Modelo mais "clássico", comportado, mas com um desenho atual. Produzida pela italiana Vibieffe, com encosto bem alto que garante conforto. Detalhe para os pés em madeira escura, posicionados na diagonal da poltrona.

Modelo desenhado pelo arquiteto brasileiro Marcelo Rosenbaum, para a Mannes. Desenho retrô que mistura ainda o capitonê numa referência ao chesterfield. O modelo pode ser encontrado ainda em sofá de 3 lugares ou como outra poltrona menor.

 Clássico dos anos 50, a Papa Bear Chair, tem desenho de Hans J. Wegner. Desenho vintage, com pés em madeira e abas grandes que envolvem quem está sentado. Quando foi desenhada, foi descrita como "the most comfortable chair ever made". Será? Mas que é belíssima, não tenho dúvidas.

Poltrona Valdemar da Normann Copenhagen. Desenhada pelos designers Martin Kechayas e Christian Norgaard, revestida com um tecido que lembra um feltro. Forma orgânica, desenho limpíssimo. Disponível cores frias, terrosas.

A Unique Lounger desenhada por Jaime Hayon, exibida pela BD Barcelona Design, no salão do móvel de Milano 2010. Disponível em várias cores. Eu prefiro essa aí em madeira e couro. Parece ser muito confortável. Encosto e abas como um único elemento. Madeira curvada, lembrando de longe, a Eames Lounge.

Fechando com outra poltrona de Jaime Hayon. Sem dúvidas, uma poltrona cênica, lúdica e muito original. As abas laterais foram unidas com um "teto" configurando essa carruagem, revestida internamente com acabamento em capitonê. A foto de divulgação da peça é sensacional. Confiram!

30.1.11

Frammenti!

O centro de São Paulo + bairro da Bela Vista e Aclimação.
No detalhe, o edifício visto do mirante do Banespa.

Ando um pouco saudosista. Saudades do Brasil, do Rio, de São Paulo, da família e amigos... Mas como o blog é sobre design, posto fragmentos do apartamento que deixei para trás em São Paulo, no bairro da Aclimação, antes de vir para Milano. Muitos amigos frequentaram este espaço e o conheceram muito bem, porém novos amigos que visitam o blog não conhecem e eu faço questão de dividir as imagens. Para começar, eram apenas 25m²! Isso mesmo! ...E tinha sala, cozinha, 1 quarto, 1 banheiro, 1 micro escritório e 2 sacadas. A área de serviço era comunitária, no primeiro pavimento. Agendávamos a lavagem de roupa semanalmente. Prático e desconfortável - mas ter uma máquina de lavar dentro deste micro-espaço era um luxo que eu não podia ter. 

 No detalhe, a sacada da sala com o jardim que eu fiz. No primeiro plano, a Eames Dining Side Chair Wood. No fundo, jardineira em concreto aparente, deck de madeira ripada e moréias com iluminação.

O porta cd que eu trouxe de uma viagem (com muita black music americana!), em aço com regulagem: The Container Store. Abaixo, muitos brinquedos, miniaturas e livros nas prateleiras do escritório.

Poucos quadros presos diretamente nas paredes.
Trocava sempre a posição dos quadros e objetos: vantagem de não ter nada fixo nas paredes! Soluções que encontrei para morar bem em 25m²!

O apartamento era alugado, mas mesmo antes de entrar para morar troquei  todo o piso e repintei algumas paredes. Tudo branco e apenas uma parede cinza, na cor de concreto aparente. Por ser muito pequeno, eu fiz a opção de não ter sofá na sala: tinha apenas uma mesa com duas cadeiras e uma poltrona + 1 cadeira. Fiz questão de escolher cada detalhe, e colocar ali dentro somente o que eu gostava (e podia ter!). Todos os apartamentos do edifício eram iguais, o que determinava o perfil dos moradores: solteiros, casais e muitos jovens. Portanto: muitas festas, muitos jantares na casa de vizinhos, baladas e domingos de sol na piscina com churrasco. Quando descrevo o perfil deste prédio em São Paulo muitos se espantam ter uma relação assim com vizinhos, tão íntima... mas é verdade! E é verdade também que eu dei muitas festas neste apartamento colocando até 40 pessoas nos 25m²! Quem foi, não esquece... Bons tempos!

Helveticas... No canto direito, reprodução em tamanho real de uma placa do metrô de Nova York, feita por mim e aplicada à parede como adesivo. A Tolomeo ficava ao lado da poltrona sobre uma réplica de um banco de Alvar Aalto.

...Bertoias! Minha cadeira favorita: cromada com assento branco.
Sobre a mesa, coleção de cactos. Por ser muito pequeno, optei por uma mesa de
0.85 x 0.85cm com cadeiras diferentes.

Bertoia + Eames + poltrona vermelha + sacada com jardim.

Church Graphics


Nas minhas constantes pesquisas sobre a aplicação da Helvetica no vasto mundo do design gráfico, eu encontrei este caso, no mínimo curioso. Trata-se da comunicação visual de um marco da arquitetura religiosa de Londres: a St. Mary Le Bow church. Vale fazer uma breve apresentação da igreja. A igreja já existia no período medieval e ao longo dos anos sofreu inúmeras destruições de guerras e incêndios... A construção atual foi finalizada em 1680, com projeto do famoso arquiteto inglês Christopher Wren (...o mesmo que desenhou a St. Paul's Cathedral - a igreja mais importante de Londres). Enfim... Voltemos aos dias de hoje! O escritório Untitled foi chamado para criar uma identidade visual que fosse ao mesmo tempo contemporânea, mas respeitando o passado da igreja. A Helvetica Neue entrou em ação. Criaram um logotipo bem "classudo", todo alinhado pela esquerda, destacando apenas a palavra "church". Além material gráfico impresso, foram criados também vitrines de madeira e vidro para expor comunicados nas áreas internas e externas. O resultado final me agradou bastante. Confiram!

Quadro em madeira e vidro expondo avisos e eventos da igreja.

Material gráfico produzido pela Untitled.

Cheap and Chic!

Que Milano é uma cidade cara, todo mundo sabe. Mas entre as mega lojas caríssimas da Montenapoleone, de vez em quando, me deparo com umas vitrines e soluções de interiores extremamente originais e baratas - e de grande efeito visual. Muita coisa é cênica e não dá para adaptar ao universo doméstico. Outras porém, dependendo do contexto, até que dão. Acho interessante treinar os olhos pois "nem tudo que reluz é ouro". Deixo a seguir alguns exemplos que encontrei por aqui!

Twin Set Store, em frente ao Duomo di Milano.

Truque para esconder a TV de plasma... Nesta loja, eles encheram uma parede inteira com quadros de fotografias da coleção, e em meio a eles, colocaram uma moldura de quadro na TV, que está embutida na parede. O resultado é muito bom... Enquanto a imagem de todos os quadros estão estáticas, o "quadro" com a TV muda a todo tempo. O interessante na composição é misturar tamanhos e tipologias diferentes de molduras. Acho arriscado fazer em casa pois cansa, mas em um restaurante, por exemplo, fica bem interessante.

Restaurante Argentino próximo à Porta Romana.

Seguindo a temática dos quadros, uma outra solução interessante. Grupos de quadros com fotografias em preto e branco foram agrupadas dentro de molduras "barrocas" de gesso. Essa sim, acredito ser uma solução que funciona no ambiente doméstico, principalmente se as fotos forem da família. Reparem que não tem um critério para prender os quadros - é aleatório, respeitando, claro, um limite. A iluminação pontual completa.

Luminária na vitrine da Spotti, próximo à Porta Venezia.

Essa luminária é bem original e super barata, se pensarmos em seus materiais: lâmpadas, adaptadores e uma régua de extensão. O aglomerado de lâmpadas com voltagem bem fraca garante um efeito  bem interessante. Praticamente uma escultura feita de lâmpadas! No layout da vitrine, a luminária estava apoiada sobre uma mesa lateral Saarinen preta... Contraste grande entre a mesa que sabemos que é bem cara, com essa luminária barata. O segredo está na conexão das lâmpadas nos conectores.

Facoltà di Design, Politecnico di Milano.

Essa fotografia foi feita durante a exposição "Design No Stop" em novembro do ano passado. Camisetas com estampas criadas pelos alunos, foram expostas em um manequim de papelão craft, com um furo, presos a um tubo de ferro com lacres plásticos. Para quem trabalha em feiras e precisa expor roupas, pode ser uma boa e barata solução. Custo mínimo, visual interessante.

Loja de bolsas próxima a estação Cordusio.

Pronto: uma parede branca com pequenos "tocos" de madeira, feito de galhos, devidamente cortados e lixados! Achei a idéia bem original e visualmente de grande efeito. Reparem que nem todos os galhos têm bolsas penduradas - esse é o grande detalhe. Trabalharam aqui a repetição de um mesmo elemento, obtendo-se assim, plasticidade, ritmo e unidade. Uma solução bem em conta. A perfeição se dá pelo encontro perfeito do galho com a parede: não tem espaço!

Pallet chair, Studio Mama.

Fecho o post com a Pallet Chair da designer Nina Tolstrup, desenhada por ela no Studio Mama em Londres. A cadeira é feita de pallet - aquela estrutura de madeira feita para carregar coisas, que ninguém dá a mínima importância. Fiz questão de deixar o selo amarelo na foto pois o Studio Mama ensina o passo-a-passo para fazer essa cadeira! Mas tem que comprar esse segredo! Se os seus olhos forem muito bons, pegue pregos, martelo e pallets e comece a fazer suas cadeiras. Depois arremate com uma almofada legal no encosto e pronto: cheap and chic!

+informações Studio Mama | www.studiomama.com

29.1.11

Criador e criatura!

 Micchele no Politecnico di Milano, Janeiro 2011.

No início do mês de janeiro, o grande arquiteto e designer italiano Micchele de Lucci fez uma apresentação exclusiva aos alunos do curso de Master in Lighting Design, no Politecnico di Milano - Bovisa. Infelizmente não pude assistir a apresentação, mas Baran - amigo turco que mora comigo em Milano - é aluno do curso e me passou umas imagens. Micchele dispensa apresentações. Criou em 1986, juntamente com Giancarlo Fassina, um dos maiores clássicos do design italiano - a luminária de mesa Tolomeo - para a Artemide. A Tolomeo começa com uma base rígida, pesada, em aço polido, e termina com um difusor de alumínio anodizado matte levíssimo, que gira num eixo de 360º, o que permite diversos direcionamentos de luz.

Micchele explicando o mecanismo da Tolomeo em Milano.
Abaixo, croquis artísticos da luminária.

Micchele e a turma do Master em Lighting Design.

A Tolomeo ganhou o Compasso d´Oro em 1989 - premiação maior no campo do desenho industrial na Itália desde 1954. O que faz dela ser um clássico, acredito que seja o seu desenho inteligente, limpo, não datado. O primeiro lançamento foi o modelo "clássico" de mesa, encontrado em 3 tamanhos. Mas a família Tolomeo veio crescendo ao longo dos anos. 1000 anos vão se passar, e ela vai continuar atual. Eu sou apaixonado pela luminária. Comprei a minha em uma viagem, quando ainda era estudante. De lá pra cá ela viajou bastante comigo.. Rio, São Paulo e agora está aqui em Milano. Não consigo ficar longe! E com certeza comprarei outros modelos... É pra vida toda!
...E essa é a minha!

28.1.11

Frank Lloydiando...


Frank Lloyd Wright Av. | Oak Park, Chicago.

Deu saudades! Ontem recebi um e-mail do departamento de Arquitetura do Politecnico di Milano com a divulgação de uma viagem de estudos, em abril deste ano, à Chicago, para visitar as obras de Frank Lloyd Wright. Não vou enganar vocês que me deu uma vontade imensa de voltar lá e rever tudo novamente. Em 2004, ainda estudante de arquitetura, fui para os Estados Unidos fazer um intercâmbio, em Massachusetts - já com a idéia de visitar suas obras. Sempre tive profunda admiração pelo seu trabalho, e é inegável a influência que seu trabalho tem no meu desenho, principalmente quando desenho casas. Gosto muito dessa brincadeira de planos, dessa horizontalidade tão marcante. Resolvi colocar a mochila nas costas e visitar suas obras nos Estados Unidos. Em 2005 visitei a famosa Falingwater e a Kentuck Knob house - Belíssimas.

No detalhe, o living com o mobiliário projetado por Wright.

Chegar até a Fallingwater não foi nada fácil. O acesso é bem complicado, pois ela fica simplesmente no meio do "nada". A cidade mais próxima chamada Uniontown, na Pennsylvania, fica bem distante. Mas de vez em quando aparecem uns "anjos" no nosso caminho e tudo se resolve. Cheguei lá! Era 15 de Março de 2005 - um dia de inverno de muito sol, porém com temperaturas baixíssimas. Depois de caminhar pela floresta com um grupo de 15 pessoas, escutando a guia contar um pouco da história da casa, chegamos em frente dela. Não vou esconder que é emocionante. A gente sempre vê aquela foto clássica da casa sobre o rio, com a cascata, em livros, mas estar ali é muito melhor! A casa na verdade é uma grande ilusão de ótica. Wright era um mestre de verdade. Ele projetou a casa inteira baseando-se na altura do membro mais alto da família. O pé direito é bem baixo, assim como o guarda-corpo das varandas, o que contribui para aumentar a sensação de horizontalidade. Depois de percorrer todos os cômodos, fomos levados até aquela pedra, de onde se faz a famosa foto "clássica". Fantástico e inesquecível.


Eu e meu amigo Ricardo - foto clássica da Fallingwater.

Perto da Fallingwater, no dia seguinte, visitamos a casa Kentuck Knob - uma surpresa muito agradável. Imaginem uma casa feita com ângulos bem fechados, tudo muito triangular... Pedra, madeira e vidro, cercados de natureza em volta... Rasgos geométricos no forro em madeira, criam desenhos no piso de acordo com a inclinação do sol... O mobiliário, todo desenhado por Wright, é um espetáculo à parte. Encaixes perfeitos, hamonia total. O mais interessante além da volumetria, é o fato de que o uso constante da pedra, inclusive nos interiores, não deixa o ambiente pesado, sufocante. Cada pedra foi talhada manualmente em diversos tamanhos...


Detalhe de um ângulo da casa, toda em pedra e madeira.
Assinatura de Wright, ao lado da porta de entrada da casa.

Em 2006 eu fui para Chicago - especialmente para visitar as obras do Wright em Oak Park e para visitar algumas coisas do Mies. Desci na estação de Oak Park com a Agata numa manhã fria de fevereiro. Visitei primeiro o Unity Temple, um igreja construída em 1906. A volumetria impressiona pela equilíbrio e monumentalidade. Os interiores são sensacionais: vitrais, clarabóias e luminárias completam a assinatura da obra. Simetria total. Destaque para as molduras de madeiras que decoram paredes e teto.


Acima, a estação de trem de Oak Park: placa verde em Helvetica!
Abaixo eu e a simetria absoluta dos interiores do Unity Temple.

Antes de entrar na residência+studio de Wright, o guia fez uma roda (nesse jardim da foto abaixo) e pediu que cada um falasse de onde estava vindo e porque estava ali visitando as obras de Wright. Todos os outros visitantes eram americanos - eu era o único estrangeiro. Quando disse que era do Rio de Janeiro, todos riram: "O que você está fazendo aqui neste frio? É carnaval no seu país! Volta para lá!" - uma brincadeira, claro. Dúvida cruel essa: carnaval ou Wright?


Acima, fachada principal da residência de Wright.
Abaixo, eu e a placa de pedra com seu nome na entrada do Studio.

Foi muito bom percorrer os espaços onde ele viveu e projetou. Infelizmente não era permitido fazer fotos. A casa+studio datam de 1889-1898, e é impressionante ver a limpidez no traço, nas soluções. Na fachada principal da casa um grande triângulo fica marcado pelo telhado de duas águas, servindo de moldura para uma janela. A casa e o escritório são conectados por um corredor, o que permitia o acesso direto sem ter que passar pela área externa nos dias de frio. Depois de circular por todos os espaços, recebi um Ipod e fui fazer o tour pela vizinhança onde tem mais ou menos umas 20 casas projetadas por ele. As casas hoje estão habitadas, o que impossibilita o acesso interno. Todas, sem exceção: fantásticas. Infelizmente não visitei a Robie House, umas de suas casas mais famosas. Fica para a próxima ida a Chicago.


Que chato morar numa casa projetada por Wright, não? :)

Por fim, estar em New York City é sempre bom. Visitar o Guggenhein, melhor ainda. Tenho sempre que passar na frente, para pelo menos olhar este prédio incrível... Faz muito bem aos olhos! Um dos grandes símbolos arquitetônicos da cidade... Recomendo esse mochilão a todos os arquitetos e principalmente estudantes de arquitetura. Vale muito a pena ver tudo isso de perto. Ainda quero visitar as obras do Arizona, e voltar a Chicago... Tenho tempo!


O Guggenhein, em Agosto de 2009. 

+informações Wright Chicago | www.gowright.org
+informações Fallingwater | www.fallingwater.org

Anticorpi, Antibodies: Fernando & Humberto Campana

Pufe Kaimã Jacaré, de 2006.

De outubro de 2010 a Janeiro de 2011 a Triennale di Milano exibiu uma grande exposição de retrospectiva da carreira dos Irmãos Campana (1989-2010). Eu, como bom brasileiro, deixei para ir em janeiro, quase perto de acabar - mais fui! Realmente o trabalho da dupla é fantástico. Fico feliz em ver a Triennale di Milano exibindo simultaneamente duas exposições sobre o Brasil: Campanas e 50 anos de Brasília! É o Brasil ganhando reconhecimento no design e arquitetura no cenário internacional. Acho muito válido expor o trabalho dos Campana não só pelo talento da dupla, mas também pela possibilidade de criar design de qualidade no que diz respeito à sustentabilidade. A dupla trabalha com materiais pobres, regionais, onde muita coisa é resíduo industrial, sobras, aparas... Muitas de suas peças possuem apenas um ou dois materiais, o que barateira a fabricação, o custo, o desmonte... A exposição agrupou as obras segundo seus materiais (plástico, papel, borracha, metal, fibra natural...), e o percurso expositivo contou ainda com vídeos. Deixo em seguida algumas das minhas peças favoritas (desta vez não posto a favela chair, mas ela estará sempre no meu hanking dos Campana!).

A bem-humorada poltrona Banquete, de 2002.
Bichos de pelúcia aglomerados e costurados a mão em base de aço.

A escultural poltrona Corallo, Moss, 2004 - metal com pintura.
Fotografia feita por mim no MoMA, New York, 2005.
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